A Rua Dois de Julho, 10 de Novembro e a Praça Coronel Cajayba e suas adjacências foram, durante as décadas de 1960, 1970 e 1980, o principal centro comercial de Guanambi. Nessa época, era possível encontrar nesses estabelecimentos uma ampla variedade de produtos essenciais, como gêneros alimentícios, remédios, roupas, calçados, ferramentas, perfumes e utensílios domésticos.
As farmácias da época
Havia quatro farmácias em funcionamento na cidade:
Farmácia Popular, de propriedade do cirurgião-dentista e farmacêutico Dr. Benjamim Vieira Costa;
Farmácia 13 de Maio, do Sr. Cassimiro Moreira Borges (Nem);
Farmácia Universo, do Sr. Augusto Fernandes;
Farmácia Guanambi, do Sr. Jonas Rodrigues da Silva.
Lojas de tecidos
Os tecidos, sempre de boa qualidade, eram encontrados em diversas lojas, como as dos senhores Braulino Pereira Donato, Oscarino Cruz, Donério Alexandrino de Souza, os irmãos Alperino e Enedino Malheiros (Seu Tila e Seu Dino), Josias Lopes Carneiro, Alfredo Alves Boa Sorte, Sibem Farias Cotrim, Isauro Ferreira Santos, Joaquim Cardoso Fagundes (Quinca) e João Francisco de Moraes (João Mascate), onde anteriormente funcionara a loja do Sr. Josué Lessa. Cassimiro Alves de Carvalho e Benvindo Vieira Leolino também exploravam o ramo.
Comércio de gêneros alimentícios
Os gêneros alimentícios e utensílios domésticos eram encontrados nas "vendas" dos senhores Edésio Bezerra Benevides, Leovegildo Cardoso, Amando Fernandes, Henrique Hermelino Fernandes (Seu Moreno), Carlos Fernandes, Ezequias Manoel Cotrim (Quias), Ciro Moraes e Joãozinho, esposo de Dona Eremita, que vendia artigos de armarinho e aviamentos para costura. Dona Nivalda também comercializava tais produtos.
Perfumes e utensílios para o lar eram vendidos por José Lima de Almeida. O comerciante Juvenal explorava o ramo de bebidas, assim como Afonso Lessa.
Outros segmentos comerciais
No setor de eletrônicos, o Sr. Deomidio Macedo Filho comercializava e consertava rádios e seus acessórios. Seus filhos, Vanderlei e Gutemberg, eram alfaiates, ofício também exercido por Roberval, José Fialho e Edvaldo Pires, que atuavam na Rua 10 de Novembro.
Próximo à atual Banca de Revistas do Tim, existia um bloco comercial que incluía:
CIFERG, uma grande loja de materiais de construção, do Sr. Almir Francisco de Moraes;
Barbearia do Mestre Cícero Ferreira da Silva;
Escritório de Classificação de Fibras de Algodão, dirigido pelo Prof. José Teixeira Freire;
Bar e Sorveteria Drink, um ponto de encontro tradicional.
Do outro lado, destacavam-se:
Relojoaria do Sr. Demóstenes Batata Vieira (Preto Relojoeiro);
Agência do Banco do Nordeste, gerenciada pelo Sr. José Alírio Martins, tendo como subgerente o Sr. Dalmiro dos Santos Bispo;
Banco da Bahia, cujo gerente era o Dr. Sandoval Francisco de Moraes e o subgerente, Sr. José Nepomuceno de Souza.
No setor automotivo, as peças eram comercializadas por Horácio Rodrigues Magalhães (Rua Dr. Francisco José Fernandes, atual Farmácia Vieira), Sr. Isaac Moura Rocha (Av. Barão do Rio Branco) e Sr. Osvaldino Pereira Donato (Rua Rui Barbosa).
Combustíveis eram vendidos pelo Sr. Isaac Moura Rocha, administrado por sua irmã Hagar, no posto Atlântic, e pelo Sr. Celso Ribeiro, na Praça Gercino Coelho.
Arreios e peças de montaria eram vendidos pelo Sr. Cláudio, enquanto bicicletas e acessórios eram encontrados na esquina da Rua Humberto de Campos, no estabelecimento do Sr. Urbino Pereira Donato.
Hotéis e hospedarias
Os principais hotéis da cidade eram:
Bar e Hotel Central, do Sr. Manoel Teixeira Filho (Sinhô Teixeira), localizado onde hoje funciona o Bradesco, ponto de parada de viajantes e representantes comerciais;
Hotel Brasil, do Tenente Ovídio Pereira Santos;
Hotel Glória, de Dona Sinhá e seu esposo, Sr. Flávio Avelar Davi;
Hotel Bom Jesus, de Dona Ninha e Major Ferreira;
Hotel São Francisco, de Dona Quinha e Sr. Otávio.
Comércio de luxo
Roupas finas, relógios e artigos de presente eram vendidos na Flórida Magazine, uma loja sofisticada de propriedade do Sr. Valmir Alves Boa Sorte.
Este relato, ainda que feito de maneira improvisada, busca resgatar parte da rica história comercial de Guanambi, valorizando os comerciantes que contribuíram para o desenvolvimento da cidade. Em outra oportunidade, um levantamento mais detalhado poderá ser elaborado para registrar com maior precisão os nomes e feitos desses importantes personagens.
Fernando Paiva Teixeira - Graduado em Direito e Historiador. (Especial para o jornal POPULAR).