Documentário estreia no Dia Nacional da Mulher, às 20h, na plataforma Youtube: www.youtube.com/c/Trincaproducoes.
Representatividade, reflexões sobre gênero e patriarcado são temas que estão ganhando cada vez mais espaço dentro da sociedade. E é com a proposta de ampliar ainda mais esse debate, que o documentário ‘Eleitas – A representação das Mulheres na Política’ foi lançado nesta sexta-feira (30), no YouTube. Sob a direção da socióloga Camila Ávila (FOTO) e da musicista e videomaker Jéssica Barros, a produção eleva as discussões sobre o imaginário das mulheres no poder, através de um estudo baseado na visibilidade política feminina no município de Guanambi, Bahia.
“O filme tem cerca de uma hora e meia de duração. Nele tentamos ilustrar a vida das mulheres nesse cenário predominantemente masculino, mas que possuem brechas importantes para a inserção da discussão de gênero”, disse Ávila, ao apresentar a produção audiovisual idealizada a partir do livro ‘Memórias e Representações das Mulheres na Política de Guanambi’, lançado em comemoração ao centenário da cidade, presente da vereadora Lilia Barros (DEM-BA) às diretoras.
A produção elenca entrevistas com representantes da comunidade local, como a fundadora do Partido dos Trabalhadores de Guanambi e primeira mulher a disputar a vaga de prefeita, Dona Dete; a deputada estadual Ivana Bastos, as vereadoras do município, Miria Paes, Eponina Gomes, Lilia Barros, a primeira e única prefeita da cidade, Sizalta Donato e as ex-vereadoras Ivanie Santana, Nair de Fátima, Martha Janette, Marta Teixeira e Sandra Náira
O documentário, no entanto, busca ampliar ainda mais a discussão sobre a integração política das mulheres, trazendo entrevistas com professores, a fim de ofertar um caráter educacional ao filme. Entre os destaques, a participação especial da filósofa Marcia Tiburi e da professora da UNEB e candidata à vereadora de Guanambi em 2020, Edilma Cotrim, que trazem uma reflexão transformadora no que tange a inserção de mulheres em esferas públicas.
“Nós entendemos esse filme como uma alternativa de conhecimento, não só para a população guanambiense, mas para todas as mulheres que ocuparam os cargos eletivos, de um modo geral, e, também, as que estão permeando a política, como os cargos de secretariado ocupados pelo feminino”, enfatizou Jéssica Barros, acrescentando que, em mais de 100 anos de emancipação, Guanambi, cidade sede das gravações, elegeu apenas uma prefeita, uma deputada estadual e nove vereadoras.
Ao exibirem o tema, Ávila e Barros norteiam o telespectador com aspectos centrais do livro sobre as memórias e representatividade feminina, apresentando as dificuldades enfrentadas pelas mulheres eleitas para a legitimação dos seus direitos na ocupação desses espaços, a consolidação da carreira política e a conciliação dos diversos papéis acumulados pela mulher na sociedade, como a de esposa, mãe e trabalhadora.
As diretoras ainda abordam a necessidade do feminismo nesses processos e como, mesmo em lugares de destaque alcançados, essas mulheres ainda sofrem com a violência de gênero, como ocorrido com a ex-presidente Dilma Rousseff durante o impeachment, ou até mesmo com casos mais extremos, como o assassinato (até hoje sem solução) da ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco.
“É preciso entender que mulheres ocupando a institucionalidade é uma resposta benéfica e direta a esses atentados. De modo que a sociedade entenda e ouça nossas vozes“, diz Ávila. “Nosso compromisso é com a luta pela equidade. Trazer mais mulheres significa trazer mais perspectivas, ampliar agenda. Isso é democracia”, complementa Barros, propondo manter o debate em aberto.
Edição: Portal Fala Você Notícias