Por Amanda Queiroz- Tribuna da Bahia
Na noite da última segunda (8), ocorreu o velório coletivo para as vítimas do acidente que causou a morte de 24 pessoas na BR-324 no último domingo (7). Centenas de pessoas se reuniram no Ginásio Municipal de Esportes, em uma singela cerimônia organizada pela Prefeitura de Jacobina, para dar adeus aos familiares, amigos e vizinhos. Na manhã de ontem (9) se deu a continuação do velório, Flávia Carneiro, de 34 anos, uma das sete sobreviventes do acidente se despediu da filha, Isabela Santos de Almeida, de 14 anos, que estava deitada em uma maca, com a cabeça enfaixada.
A comoção tomou conta da cidade de Jacobina, os primeiros corpos chegaram ao Ginásio do Município, quatro pessoas de uma mesma família, incluindo uma criança, foram os primeiros a serem velados. O velório coletivo reuniu 11 dos 24 mortos no acidente envolvendo um micro-ônibus e um caminhão. No domingo (07), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou a morte de 25 pessoas, posteriormente, o Instituto Médico Legal (IML) informou o registro de 24 mortos
O clima de tristeza fez com que moradores do municípios e lugares vizinhos fizessem uma peregrinação nos velórios das vítimas da tragédia. A cidade do centro-oeste baiano amanheceu parada após os sete dias de luto decretado pelo prefeito. O acidente está sendo considerado um dos maiores da região e muitos outros municípios estão se solidarizando com o ocorrido. Alguns corpos foram levados para localidades vizinhas pois os familiares decidiram realizar cerimônias privadas para lamentar a morte de familiares e amigos.
As únicas sobreviventes do acidente entre o ônibus de turismo e um caminhão foram Flávia Carneiro e sua prima Ana Clara Santos Silva, de 16 anos. As duas foram socorridas e hospitalizadas em Nova Fátima, logo após haviam recebido alta hospitalar. Flávia Carneiro, muito emocionada, contou que percebeu o aumento de velocidade do ônibus momentos antes da colisão. “Antes da batida, eu senti o motorista correr um pouco. Percebi que ele estava correndo mais do que ele vinha, eu senti”, comentou.
O pai de Isabela, Alexandre Almeida, lamentou a dor de enterrar a filha de maneira tão trágica e disse que o último contato com a jovem foi justamente no último sábado (6) anterior à viagem, “A última vez que eu falei e abracei minha filha foi quando abracei antes da viagem. Preferia ir no lugar da minha filha. A gente tem filho para os filhos enterrarem os pais, não os pais enterrarem os filhos e eu estou enterrando minha filha amanhã de uma forma trágica”, disse Almeida.