O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, confirmou em Glasgow onde participa da Conferência do Clima que, além da Usina de Angra 3, o Brasil terá uma nova usina nuclear indicada no Plano Decenal de Energia (PDE) 2031. Os estudos em busca de um local para a construção do projeto já começaram e é isso que preocupa a Bahia, que vem sendo cotada para sediar a usina. A construção de uma Central Nuclear do Nordeste já é um projeto definido pela Eletrobrás/Eletronuclear e a proposta de localização seria entre o litoral de Salvador e Recife ou nas margens do Rio São Francisco, embora não esteja definido qual será o estado que vai abrigar as instalações. Ocorre que a Bahia é o único produtor de urânio do país e sedia a Unidade da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Caetité, o que seria um indicador positivo para a localização, já que ali serão realizadas as duas primeiras atividades do ciclo do combustível nuclear: a mineração e o beneficiamento do minério. A confirmação de que uma nova usina será indicada pelo governo já no próximo PDE ocorreu em vídeo enviado por Albuquerque à cerimônia de entrega do prêmio honra ao mérito nuclear, organizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan), na semana passada. O mapeamento para a localização de novos sítios nucleares é conduzido pelo Ministério de Minas e Energia e de acordo com a EPE, os estudos de sítio e de viabilidade de um novo projeto nuclear vão permitir incorporar mais detalhes ao planejamento decenal. O último empecilho para que a usina se localize na Bahia foi retirado pelo Supremo Tribunal Federal que decidiu por unanimidade pela derrubada do artigo da Constituição da Bahia que proibia a construção e operação de usinas nucleares em todo o Estado, após solicitação do procurador-geral da República, Augusto Aras.
FONTE: BAHIA ECONÔMICA