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ESPECIAL: HISTORIADORES TENTAM DESCOBRIR ORIGEM DO NOME DE GUANAMBI

Especial

Segunda-Feira, 26 de Junho de 2023

Por: João Martins- Revista Integração Bahia


 


Guanambi completa 104 anos de autonomia política no próximo dia 14 de agosto.  Como muitas cidades brasileiras, a verdadeira origem do seu nome ainda é uma incógnita. Escritores regionais e titulares de trabalhados acadêmicos têm publicado diferentes históricos sobre os primeiros momentos da Vila de Beija-Flor (primeiro nome de Guanambi). Precisas são, contudo, as datas sobre suas elevações político-administrativas, confirmadas pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.


Documentos históricos trazem que o município de Guanambi era Integrante da Sesmaria da Casa da Ponte, dos Gudes de Brito. Afirmam também que o povoamento do território iniciou-se por volta de 1742, por imigrantes portugueses que se estabeleceram nestas vazantes do Rio São Francisco.


Especialmente nas planícies do rio das Rãs, à margem direita do rio, e na confluência do Rio Carinhanha, à esquerda do Velho Chico, lembramos dois expoentes desses imigrantes portugueses, dos mais influentes dos anos de 1.700: Manoel Nunes Viana (que chegou a ser governador das Minas diamantinas), do lado de Carinhanha, e Francisco Pereira de Barros – o Pereirinha – o fundador da Vila de Nossa Senhora Mãe de Deus e dos Homes – Monte Alto. Ambos foram grandes criadores de gados bovino, muar e equino durante as primeiras décadas de 1.700.


Nesses primeiros números podemos observar contradições, pois como se sabe, existe documento comprovando que nesse mesmo ano (1742) faleceu o fundador de Monte Alto, certamente depois de viver décadas nesta planície do rio das Rãs, assim como também viveu Nunes Viana.


Obviamente que podemos considerar que esses dois latifundiários serviram de exemplo para novos patrícios do além-mar, estimulados ainda pela ordem Real, que ordenara a multiplicação dos rebanhos nessas terras do Sertão de Cima, longe das planícies litorâneas onde deveria se cultivar tão somente cana-de-açúcar.


Muitos desses portugueses que ocuparam nossas terras tinham origem no Distrito de Beja, região do Alentejo, Norte de Portugal. Talvez esteja aí a homenagem ao nome de Beja-Flor ou Beja (é) das Flores. Nosso clima, geografia, índice pluviométrico, estações climáticas bem definidas … tudo se assemelha às de Beja.


TERRAS DE SILVA CASTRO – Há muitas publicações afirmando que em 1870 teve inicio a povoação do atual território de Guanambi, às margens do rio Caraíba de Dentro, onde certamente já existia uma concentração de moradias por conta do numeroso fluxo de tropeiros, bem como pela concentração das saleiras (trabalhadeiras na extração do sal da terra) nas mediações do rio Carnaíba. Por conseguinte, um vilarejo já se formara a esta altura dos anos, visto que grandes fazendeiros já exploravam essas terras e sustentavam o comércio tropeiro.


Essas terras, no entorno do “Pouso” do Carnaíba, onde certamente cresceu o vilarejo, figuravam no espaço divisório das propriedades e destinado ao livre trânsito de pessoas, tropas e animais da criação, conforme estabelecia a lei das Sesmarias, antes da Lei da Terra de 1850.


Um desses precursores, pouco lembrado na história de Guanambi e da Bahia, é o heróico tenente coronel José Antônio da Silva Castro – o Coronel Periquitão, comandante de tropas contra as forças portuguesas na Guerra de Consolidação da independência do Brasil e da Independência da Bahia, em 1823.


Periquitão (para quem não sabe, era avo do poeta Castro Alves) mudou-se para Guanambi, para sua fazenda Cajueiro (a 13 km da sede de Guanambi) em 1827 e aqui permaneceu até 21-10-1844, data da sua morte, na dita fazenda, onde foi sepultado.


Ele possuía um verdadeiro latifúndio por toda esta região, incluindo Macaúba, Rio de Contas, Candiba, Monte Alto, Bom Jesus da Lapa, além de Cachoeira do Paraguaçu, João Amaro e outras. Nesta região da Serra Geral, especificamente, ele possuía as fazendas: Cajueiro, Sobrado do Brejo, Cubículo, Pintada, Santa Rosa, Volta do São Francisco, Boa Vista, Campo Grande, Fazenda Pindoba, Fazenda Tanque de Juazeiro e outras. Obviamente que as terras onde nasceu Guanambi integravam suas propriedades. Por destino, o primeiro intendente de Guanambi, Coronel Cajaíba, era casado com uma bisneta de Periquitão.


Documentos cartoriais atestam que a partir de 1870 a freguesia de Beija-Flor foi se desenvolvendo pelas mãos primeiramente das famílias de João Pereira de Castro, José Pereira da Silva Castro, Gasparino Pereira da Costa, João Dias Guimarães, Inocêncio Pereira de Oliveira e muitos outros, que intensificaram a exploração da agricultura e da pecuária na região.


FORMAÇÃO POLÍTICA – Em 1870 teve início a formação do povoado denominado Beija-Flor depois Bela-Flor – primeira denominação legal da freguesia de Guanambi. A formação Administrativa do Distrito, criado com a denominação de Guanambi, se deu pela lei provincial nº 1979, de 23-06- 1880, e lei municipal nº 2, de 08-01-1920, subordinado ao município de Monte Alto. Em divisão administrativa do ano de 1911, o distrito de Guanambi, figura como território do município de Monte Alto. Foi elevado à categoria de vila, com a denominação de Guanambi, Sede na antiga povoação de Bela-Flor, pela lei estadual nº 1364, de 14-08-1919, desmembrado de Monte Alto. Constituído do distrito sede, Instalada em 01-01-1920. 





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