O ministro Sérgio Moro, da Justiça, chegou ao seu limite e afirmou hoje ao presidente Jair Bolsonaro que, se ele trocar o comando da Polícia Federal ele vai sair também.
O atual diretor-geral, Maurício Valeixo, que tem o apoio do ministro, deve ser demitido para dar lugar a um nome que tenha maior proximidade com o chefe do Executivo. Moro, porém, vê na troca um ato extremo de desautorização, que ocorreria para proteger aliados atualmente na mira da corporação.
A intenção de fazer a troca ocorre em meio ao andamento de um inquérito, aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do Procurador-geral da República, Augusto Aras, que mira deputados bolsonaristas. Eles são suspeitos de atuar para financiar e incentivar manifestações contra o Supremo e o Congresso.
As manifestações foram convocadas em várias cidades para pedir um "novo AI-5". O próprio presidente participou de um ato em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília.
As tentativas de trocar o diretor-geral da PF encontram resistência de Moro, de delegados e agentes e são vistas como tentativas de enfraquecer o ministro da Justiça.
Dentro da corporação, a notícia foi recebida como uma bomba por agentes e delegados. Nem a Presidência nem o Ministério da Justiça se manifestaram oficialmente sobre o caso, até o momento.