Por Rayllanna Lima
A decisão dos Estados Unidos em impor tarifas adicionais sobre produtos brasileiros é uma “guerra comercial insana”, onde “perdem os produtos brasileiros, mas perde também o povo americano”. Essa é a análise do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Sistema FAEB/Senar), Humberto Miranda.
Em entrevista exclusiva à Tribuna da Bahia, ele alertou que, caso as novas taxas sejam mantidas, o agronegócio baiano poderá sofrer prejuízos, com destaque para as exportações de manga e uva, que estão em período de safra e são destinadas ao mercado americano.
“Talvez a colheita de manga e uva, que está mais próxima, possa sofrer, num primeiro momento, diminuição da capacidade de exportação desses produtos para os Estados Unidos”, afirmou. Segundo ele, além das frutas, produtos como celulose e café também têm presença nas exportações baianas para o mercado norte-americano.
Apesar do alerta, Humberto Miranda avalia que ainda é cedo para estimar os impactos reais sobre o setor agropecuário. “É muito prematuro fazer uma avaliação definitiva, mas, naturalmente, se essa taxação for mantida, haverá perda de competitividade no mercado americano”, explicou.
Exportadores baianos podem buscar novos mercados internacionais para driblar o tarifaço
Com a decisão dos EUA, exportadores baianos já começaram a discutir alternativas, incluindo o redirecionamento das vendas para outros mercados internacionais. “O empresário brasileiro vai abrir novos caminhos e novos mercados para colocar seus produtos, continuar gerando emprego e renda aqui na Bahia e no Brasil”, destacou Humberto Miranda.
Para o dirigente, os riscos vão além do campo econômico e atingem também a relação comercial entre os países. “Toda guerra, seja ela comercial ou de qualquer outra espécie, é sempre prejudicial. Perdem os produtores brasileiros, mas perde também o povo americano, que vai deixar de ter acesso a produtos de ótima qualidade e a preços competitivos”, afirmou.