Por Cleusa Duarte- Tribuna da Bahia
A pandemia do coronavírus não só afetou a saúde física e mental, além de superlotar UPAS, Unidades Básicas de Saúde e hospitais públicos e particulares, como desencadeou uma inflação alta provocada pela falta de produção e insumos gerais. Além disso, as condições climáticas e o preço disparado dos derivados do petróleo com a nova política de preços da Petrobras também influenciaram a subida dos preços. Agora chegou a vez de colocar a mão na cabeça e se perguntar o que fazer com o famoso café da manhã que o brasileiro tanto gosta. Não está nada fácil acordar e lembrar que o amado pão cacetinho ou de sal como é conhecido pelos baianos fechou 2021 com uma alta de 13,06%, enquanto o café em pó subiu 70,19%. Os números foram revelados através da pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
E não tem por onde escapar, em Salvador, tanto no Subúrbio, na Paralela, Pituba, Graça, Caminho das Árvores, por onde a gente anda e pergunta o valor, o preço do pão muda de acordo com a área, tipo de estabelecimento e formas de venda, que pode ser unidade ou por quilo. Mas os clientes se queixam da alta do valor no produto.
“No Cabula onde moro existem alguns estabelecimentos que ainda encontro a unidade do pão entre R$ 0,35 a R$ 0,65. O café não tem jeito, estamos fazendo mais ralinho”, diz a doméstica Luciana Santos.
A dona de casa e professora Heloisa Hermes diz que já pesquisou pelos estabelecimentos da Pituba, Itaigara e Costa Azul, mas o pão varia entre R$ 14,99 o quilo até R4 21,90. “Se for na Delicatessen é mais caro, os mercados costumam ser mais baratos. Agora, estou me aprimorando nas receitas caseiras. Em geral os pães caseiros rendem mais. Mas está tudo caro, achar uma alternativa para baixar o custo é muito difícil. Temos que lembrar que o gás subiu muito”. No bairro do Cabula, Luciana encontrava a unidade por R$ 0,25, ano passado e o quilo na região da Pituba era encontrado por R$ 12,90 por Heloisa.
O presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Salvador (Sindipan), Florêncio Rodrigues, diz que em relação ao aumento dos insumos o pão ainda está custando barato em Salvador. “Os produtos como farinha, açúcar, margarina também estão altos. Temos que levar em conta que a energia e o gás de cozinha também aumentaram. Realmente varia muito o valor, nos bairros populares existe concorrência desleal e podemos encontrar o quilo por até R$ 10,00. O pão por lei federal tem que ser vendido por quilo, jamais por unidade.”
Confira pela ordem os produtos de maiores aumentos na Cesta básica segundo o Dieese: Café em pó, 70,19%; Açúcar cristal, 48,31%; Manteiga, 15,20%; Pão francês, 13,06%; Carne bovina de primeira, 9,99%; Farinha de mandioca, 7,66%; Feijão carioquinha, 7,56%; Óleo de soja, 7,38%; Leite integral longa vida, 5,61%; Tomate, 1,26%.