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TRUMP COMEMORA ENTRADA DE BILHÕES DE DÓLARES COM O TARIFAÇO

Por Andrew Duehren/The New York Times  O tarifaço de Donald Trump já começou a gerar uma quantia significativa de dinheiro para o governo dos Estados Unidos. A nova fonte de receita tem serventia para uma nação altamente endividada e, por isso, os formuladores de políticas americanos podem começar a depender deste dinheiro. Como parte de […]

Por Andrew Duehren/The New York Times 

O tarifaço de Donald Trump já começou a gerar uma quantia significativa de dinheiro para o governo dos Estados Unidos. A nova fonte de receita tem serventia para uma nação altamente endividada e, por isso, os formuladores de políticas americanos podem começar a depender deste dinheiro.

Como parte de sua tentativa de reorganizar o sistema de comércio global, Trump impôs tarifas pesadas aos parceiros comerciais dos Estados Unidos, incluindo o Brasil, sendo que a maior parte delas entrará em vigor em 7 de agosto.

Mesmo antes de entrarem em vigor as tarifas mais recentes, a receita dos impostos cobrados sobre produtos importados já cresceu dramaticamente.

As tarifas alfandegárias, juntamente com alguns impostos sobre consumo, geraram US$ 152 bilhões entre janeiro e julho, quase o dobro dos US$ 78 bilhões arrecadados no mesmo período do ano fiscal passado, de acordo com dados do Tesouro norte-americano.

Trump tem citado rotineiramente a receita tarifária como prova de que sua abordagem comercial, que semeou incertezas e começou a aumentar os preços para os consumidores, é uma vitória para os Estados Unidos.

Membros do seu governo argumentaram que o dinheiro das tarifas ajudaria a tapar o buraco criado pelos amplos cortes de impostos aprovados pelo Congresso no mês passado, que devem custar ao governo pelo menos US$ 3,4 trilhões.

“A boa notícia é que as tarifas estão trazendo bilhões de dólares para os EUA!” disse Trump nas redes sociais logo após um relatório sobre empregos no país mostrar sinais de tensão no mercado de trabalho. Com o passar do tempo, os analistas esperam que as tarifas, se mantidas, gerem mais de US$ 2 trilhões em receita adicional aos Estados Unidos na próxima década.

Os economistas, em sua maioria, esperam que isso não aconteça e que a gestão Trump abandone as novas barreiras comerciais. Mas alguns reconhecem que um fluxo de receita tão substancial pode acabar sendo difícil de abandonar.

“Acho que isso é viciante”, diz João Gomes, economista da Wharton School, da Universidade da Pensilvânia. “É muito difícil abandonar uma fonte de receita quando a dívida e o déficit são o que são”, afirmou o especialista.

Há muito tempo que Donald Trump pensa em substituir os impostos sobre a renda por tarifas. Ele costuma se referir à política fiscal americana do final do século XIX, quando não havia imposto de renda e o governo dependia de tarifas, como um modelo para o futuro.

E embora o imposto de renda e o imposto sobre a folha de pagamento continuem sendo, de longe, as fontes mais importantes de receita do governo norte-americano, a combinação entre as tarifas de Trump e o último corte de impostos do Partido Republicano na margem faz com que os Estados Unidos deixem de tributar os rendimentos e passem a tributar os bens.

A expectativa é de que essa mudança seja regressiva, o que significa que os americanos ricos se sairão melhor do que os americanos mais pobres com a mudança. Isso se deve ao fato de que a redução dos impostos sobre a renda, em geral, proporciona o maior benefício para os americanos que ganham mais. 

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