Por Davi Valadares- Tribuna da Bahia
Enquanto a maioria dos setores encontrou dificuldade na pandemia, segmentos que oferecem produtos e serviços necessários registraram crescimento nesse período. O setor de farmácias, por exemplo, é um desses setores que viu o faturamento aumentar ainda mais em meio à crise sanitária. Nos três primeiros trimestres do ano passado, o setor teve um faturamento superior a R$ 49,6 bilhões. Segundo explica o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, o setor já vinha em ascensão antes mesmo da pandemia da Covid-19.
“Os números levam em conta as 26 redes que integram a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias. O canal farma, que já vinha ganhando relevância como espaço de consumo e conveniência, assumiu protagonismo na pandemia por ser um centro primário de atenção à saúde. Não à toa, as vendas de todas as categorias aumentaram dois dígitos, sem exceção”, explicou o CEO da entidade.
O Sindicato Comércio Varejista Farmácia Bahia (Sincofarba) foi procurado pela Tribuna da Bahia para falar sobre a movimentação do setor no estado, mas o sindicato não quis se posicionar sobre o assunto. Para o presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado da Bahia (Sindifarma), Magno Teixeira, o setor na Bahia seguiu o ritmo nacional das farmácias e teve boa lucratividade na pandemia.
“O sindicato patronal não tem interesse em dizer que as farmácias estão lucrando porque quando ele vem negociar o aumento salarial com nosso sindicato ele diz ao contrário. Mas a verdade é que teve rede de farmácia que cresceu mais que a China. Vendeu demais. Vendeu ivermectina, cloroquina, álcool em gel entre outros. Ganhou dinheiro demais”, disse.
Comercialização
Segundo o balanço da Abrafarma, os medicamentos responderam por 68% do volume comercializado e somaram faturamento de R$ 33,9 bilhões – 17,84% a mais do que janeiro a setembro de 2020. A maior alta percentual, no entanto, foi a dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs) – 23,81%, chegando a R$ 9,6 bilhões.
A operação de delivery e e-commerce também tiveram uma ascensão consistente e se aproximou dos R$ 2 bilhões de receita, o que representou um crescimento de 59,38% no período. Já os chamados não medicamentos, que contemplam itens de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria, geraram R$ 15,6 bilhões – avanço de 16,44%.