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GUANAMBI- 102 ANOS- ORIGEM DA CIDADE

Quarta-Feira, 11 de Agosto de 2021






Texto: José Bonifácio Teixeira e Maria Soares- Especial para O Popular



A história mítica de Bela e Beija-Flor nos faz voltar no tempo e imaginar cenas e situações do passado da nossa terra. Essa história nos proporciona fantasiar sobre a vida de Bela e de Beija-Flor nos primórdios dos tempos das ladainhas e trezenas em homenagem ao nosso padroeiro, Santo Antônio.

Anualmente, no dia 13 de junho ocorriam as ladainhas antes das trezenas de Santo Antônio. Participavam desse evento a população do povoado e vizinhanças. Havia pessoas responsáveis pela organização dessa festa religiosa. Nesse evento ocorriam animados festejos durante dias. O botequim, a cachaça, a viola e o pandeiro eram elementos indispensáveis para o sucesso dos festejos. O crescimento do arraial Beija-Flor foi se fortalecendo com a frequência de pessoas das proximidades aos botequins e às casas de jogos, nos domingos e dias santos, às casas com mulheres de vida livre. Logo foram adicionadas as casas de taipa, ao lado da “casa de oração”, no final do século XIX. As pessoas mais antigas afirmavam que a primeira casa de taipa construída no povoado, hoje Guanambi, foi feita por uma mulher, devota de Santo Antônio, denominada de Bela. Nas ladainhas que ocorriam, anualmente, na casa de Bela, mãe de Flor, em homenagem ao Santo Antônio, que antecediam a festa religiosa, reuniam-se pessoas do arraial e dos seus arredores. Originou-se um ritual religioso: só se iniciavam os comemorativos da festa profana após Flor beijar o santo. Os convidados, ansiosos para iniciar a parte final dos folguedos compostos de danças, brincadeiras, folias e bebidas, no arraial, em coro diziam: ”Beija, Flor! Beija, Flor”! Criou-se, assim, uma das versões do nome do povoado de Beija-Flor.



FLOR

Fonte: Domingos Antônio Teixeira (1991)

O Distrito de Paz foi criado por uma lei estadual em 1880, com o nome de Bela-Flor, em homenagem às suas primeiras moradoras, Bela (mãe) e Flor (filha).

O distrito de Bela-Flor, com sede no Arraial de Beija-Flor, foi criado pela Lei Provincial nº 1779, em 23 de Junho de 1880, pelo município de Palmas de Monte Alto. Para Domingos Teixeira (1991, p. 52), “quando foi criado o município, a sede, o antigo arraial de Beija-Flor, que então era Bela-Flor, recebeu o topônimo indígena ‘Guanambi’ (Beija-Flor) e não ‘Guainambi’ (Bela-Flor)”. O autor ressalta que, não havendo o “i” intermediário no topônimo, ele defende a tese de que a origem do nome Beija-Flor “dado ao arraial, que, mais tarde, foi e é a cidade de Guanambi, veio da minúscula ave, da espécie do colibri, que vive do pólen das flores”, e afirma que havia, em abundância, nos arredores do arraial, diversas espécies de beija-flores.

O distrito de Bela-Flor foi crescendo, e as feiras, que aconteciam na segunda-feira, foram uma das perspectivas propulsoras da ampliação do comércio em Guanambi. Os bruaqueiros, os feirantes vendiam em Guanambi suas mercadorias, restantes de outras feiras como as da cidade de Palmas de Monte Alto, de Caetité e demais cidades circunvizinhas. Com o crescimento do distrito, tropeiros negociavam seus carregamentos, e comerciantes começaram a se estabelecer em Beija-Flor, percebendo a possibilidade de desenvolvimento do povoado.

Com o desmembramento do distrito de Bela-Flor, o município de Guanambi é criado pela Lei Estadual nº 1.364, em 14 de agosto de 1919. Sua instalação ocorreu no dia 1º de janeiro de 1920.



Foto: Artista plástica: Verbena Moreira



Autores: Maria Soares da Silva Teixeira e José Bonifácio Teixeira

Livro: “Guanambi: Histórias, Memórias e Retratos de Várias Épocas” (2018).



Livro a venda nas livrarias de Guanambi-BA (Livrarias Eclética, Globo, Risque Rabisque, Lila’s Papelaria e com os autores









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