Estagiário: Davi Valadares
Nos últimos dois anos, os tradicionais mercadinhos de bairro ganharam mais importância na vida dos brasileiros e um maior espaço na economia. Seja por causa da pandemia ou pela alta da inflação, a abertura e o crescimento desses estabelecimentos de bairro em todo o país é uma realidade. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o número de mercadinhos abertos em 2021 no Brasil cresceu 13,6% em relação ao ano anterior. Na Bahia são 57.814 mil estabelecimentos do gênero funcionando, a grande maioria, MEIs.
“O estudo do SEBRAE observa que a pandemia restringiu o movimento das pessoas, o que reforça o papel dos mercadinhos, ainda mais porque grande parte concentra as atividades de mercearia, açougue e até de padaria. Já o crescimento da inflação vem reduzindo as tradicionais compras mensais, com as pessoas limitando-se ao essencial e disponível perto de casa”, diz trecho do estudo divulgado pelo Sebrae.
A pesquisa mostra ainda que, além de ser um nicho que abriga diversos tipos de atividades em um só formato – padaria, açougue e hortifrúti, por exemplo –, o segmento foi um dos poucos que não parou suas atividades durante a pandemia, por ser considerado essencial. Analista ouvido pela Tribuna da Bahia explica porque muita gente prefere fazer compras em mercadinhos de bairros ao invés de se deslocar para as grandes redes.
"O Mercadinho de bairro, além de permitir uma relação mais intimista que lembra os pequenos estabelecimentos (as quitandas) do interior, tem a vantagem de possuir mix de produtos menores e, geralmente focados em itens essenciais o que possibilita evitar a chamada "compra por impulso", ou seja, quando o cliente cai em tentação e compra o que não precisa, apenas por ter visto o produto na prateleira ou expositor. Outra vantagem dos mercadinhos é a possibilidade da compra com crédito direto, a famosa caderneta ou caderninho, uma relação de confiança que elimina a existência de uso de outros instrumentos de crédito como cartão de crédito os quais cobram altas taxas de juros em caso de mínimo atraso”, disse o economista Antônio de Carvalho.
Mais vantagens
Segundo ainda listou o economista, existem várias outras vantagens para o consumidor que prefere o mercadinho do bairro a um supermercado grande. Ele cita, por exemplo, condição, preço e qualidade. "Saber os dias dos melhores produtos, tais promocionais como: a terça da carne, a quinta do horrifruti, a sexta do peixe, é outra vantagem do mercadinho, possibilitando ao cliente comprar pequenas quantidades dos produtos na melhor condição (preço e qualidade)”, finalizou ao lembrar que ao comprar no mercadinho do seu bairro ou sua cidade, você está também contribuindo com o crescimento de uma micro ou pequena empresa, com a geração de emprego e renda para o bairro ou a cidade.