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SEMANA SANTA: BACALHAU E CHOCOLATES TEM AUMENTO EXPRESSIVO NOS PREÇOS

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Quarta-Feira, 17 de Março de 2021

Seja em março ou abril, a Sexta-Feira Santa tem um significado especial para muitas famílias pelo Brasil, que relembram o dia em que Cristo morreu crucificado. Em 2021, o feriado será celebrado em 02 de abril. Nessa ocasião, pessoas de várias gerações costumam se reunir para um almoço farto, onde a carne não aparece e os pratos com peixe ganham destaque na mesa, acompanhados de azeite e vinho tinto. Como muitas coisas durante o ano de 2020, a tradicional refeição familiar passou por mudanças. O triste cenário de perdas, muitas delas relacionadas à pandemia do novo coronavírus, fez com que alguns cancelassem os planos de celebração. “Ano passado não fizemos nada. Meu pai estava internado”, contou a produtora cultural Nadine Matos, que sempre vai comer os pratos preparados por sua mãe para a Sexta-Feira Santa; a compra dos produtos para fazer o almoço era planejada todos os anos com bastante antecedência.  Mesmo quem manteve o almoço precisou reduzir ao máximo a quantidade de familiares presentes, pela necessidade de manutenção do distanciamento social e proteção aos entes dos grupos de risco.


Quem quer bacalhau?


Na pesquisa de Páscoa 2021 realizada em fevereiro pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o item do almoço da Sexta-feira Santa que mais sofreu com o aumento foi o bacalhau (15,6%), que costuma aparecer nas mesas das casas baianas em ocasiões especiais como esta. Nos supermercados consultados pela reportagem, o quilo do peixe seco chega perto dos cem reais. Marcio Milan, presidente da Abras, explica a razão para o custo ser tão salgado (literalmente). “Metade do que consumimos depende da importação, e o preço também aumentou lá na origem. Parte dos produtos é em dólar, e alguns produtos dependem de insumos importados para a produção”. Só pra se ter noção, a cesta básica no Nordeste, que considera os 35 itens mais comprados nos supermercados, ficou numa média de R$ 551, segundo informações da Abras. Levando em conta a realidade financeira dos consumidores, alguns hipermercados oferecem a possibilidade de parcelamento dos produtos de Páscoa em até dez vezes no cartão de crédito. Uma saída para economizar no almoço é utilizar o bacalhau em lascas, mais em conta do que as postas ou o lombo. Outra solução é o uso de outros tipos de peixe, como a corvina e a merluza, que saem em média por R$ 20 o pacote com 800g. Já o azeite de oliva, que costuma acompanhar as receitas de Páscoa, tem um preço quase tabelado nas redes de varejo: uma garrafa de 500 mL gira em torno de R$ 19.


Ovo de ouro


Outros produtos muitos requisitados na Páscoa, especialmente pelas crianças, são os ovos de chocolate. Com os mais diversos sabores, marcas e brindes, já começam a aparecer nas “parreiras” dos supermercados e lojas no final de fevereiro. A Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoins e Balas) está otimista com a Páscoa deste ano, que gerou mais de 11 mil empregos temporários para a demanda da data mesmo com a pandemia; o aumento foi de 4,8% em relação a 2020. “Nossos associados continuam trabalhando com o cuidado de adaptar a sua linha de produção para garantir a segurança de seus colaboradores e consumidores e seguem todos os protocolos de segurança recomendados por órgãos Públicos”, conta Ubiracy Fonsêca, presidente da entidade. Os ovos de Páscoa tiveram um aumento de 11% nos preços, o que faz das barras de chocolate e caixas de bombom a melhor aposta para presentear. “Os ovos possuem um valor agregado maior”, justifica Milan, citando o processo de produção como fator para a subida dos preços. “Atualmente, os ovos de Páscoa estão mais sustentáveis, e os com brinquedinhos vão deixando de existir”. Nas “parreiras” dos supermercados, os chocolates típicos saem numa faixa de R$ 29 (175g) a R$ 38 (315g). Já as caixas podem ser encontradas por R$ 10, a depender da marca.


Mudanças nas compras


Desde a chegada da pandemia no Brasil, o presidente da Abras nota mudanças nas formas de se fazer supermercado. Com a orientação de se evitar aglomerações, cenas de supermercados cheios às vésperas do feriado não devem acontecer com a mesma frequência. “O consumidor não está deixando as compras para a última semana. Vários já estão se preparando para fazer o supermercado, principalmente para manter o distanciamento social”. Arielle Carneiro costuma preparar o almoço da Sexta-Feira Santa todos os anos e já se organiza para as compras. “Vou fazer isso na semana que vem, porque tem algumas coisas que não dá para comprar com antecedência”, explica. O cardápio da festividade é composto por caruru completo, frigideira de bacalhau (uma omelete baiana que vai leite de coco na receita), dentre outros pratos. No ano passado, ela gastou uma média de R$ 200 nos produtos da refeição. Atualmente sem trabalhar, Arielle se preocupa com o orçamento dos itens. “Espero que não tenha subido muito esse ano”, diz. Além do planejamento para ir às compras, o comércio eletrônico já se tornou uma realidade mais consolidada. “O consumidor passou a fazer suas compras normais por esse canal”, diz Marcio Milan. Fonsêca, da Abicab, concorda. “Temos enxergado um crescimento significativo nos canais digitais e um aumento de confiabilidade do consumidor em compras pela internet”.


FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.COM


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